Como efeito da estiagem que tem se prolongado nos últimos
anos, o nível dos reservatórios está, cada vez mais, sendo reduzido. A Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves, localizada no município de Itajá, que, juntamente
com os poços existentes em Mossoró, garantem o abastecimento da cidade, está
com 52,23% de sua capacidade total, segundo leitura realizada em 14 de janeiro,
pela Gestão de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (SEMARH). De acordo com a coordenadora da Gestão, Joana
D’Arc, o reservatório conta, atualmente, com 1,25 bilhões de metros cúbicos. A
capacidade total do reservatório é de 2,4 bilhões de metros cúbicos. A Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves é responsável pelo abastecimento de uma lista enorme
de adutoras. Se a água proveniente da barragem fosse utilizada apenas para
abastecer essas adutoras, seria possível fazê-lo por um bom tempo, porém, a água
tem outros destinos além desse, como lembra Joana D’Arc. Ela informa que não
existe nenhuma simulação quanto ao tempo em que o reservatório será capaz e
suprir o abastecimento da adutora, mas lembra que a Barragem também é utilizada
para outros fins, como a perenização do rio Piranhas-Açu, para o desenvolvimento
da agricultura irrigada. Com o rio Mossoró, embora ele não seja responsável
pelo abastecimento da cidade, a situação também é preocupante. De acordo com o
subsecretário de Gestão Ambiental, Mairton França, a Subsecretaria não possui
dados sobre o nível do rio, porém, o índice é baixo. Essa diminuição na
quantidade de água contribui para elevar os índices de poluentes. Segundo o
gestor, o líquido retirado do rio nessa época não é de qualidade, pois possui
uma grande quantidade de poluentes, oriundos, entre outras fontes, dos esgotos
que deságuam no local. Com relação aos malefícios da retirada da água, Mairton
França menciona que o problema é que, às vezes, junto com a água, é feita
também a retirada da vegetação, o que contribui para o assoreamento do rio. Os
critérios para a retirada da água, no entanto, só serão definidos a partir da
posse do Conselho do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi/Mossoró, que
acontecerá em fevereiro. Já a escolha dos conselheiros será realizada esta
semana, através de uma séria de reuniões. A primeira delas, como informa
Mairton França, ocorrerá amanhã, 16, no campus da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN) em Pau dos Ferros e deve contar com representantes das
prefeituras dos 52 municípios que compõem a Bacia. Na quinta-feira, 17, será a
vez de reunir a sociedade civil, dessa vez, na Casa da Cultura, em Apodi. O
terceiro encontro acontecerá em Mossoró, em local a ser definido, e contará com
a presença de usuários da água. Após a posse dos conselheiros, o Comitê deve se
reunir para decidir como será regulamentado o uso da água. As práticas que
ficarem fora dos critérios estabelecidos serão proibidas.
GAZETA DO OESTE.
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