sexta-feira, 23 de agosto de 2013

VIOLÊNCIA FOI TEMA DE SEMINÁRIO DE TRÊS DIAS NO CAMPUS DA UERN EM ASSU

Aconteceu na noite desta sexta- feira, 23 de agosto o encerramento do seminário; Desafios no Enfrentamento da Violência. O evento teve seu ponto inicial na última quarta- feira, dia 21. Durante três dias, professores, estudantes e profissionais do direito discutiram em oficinas, mesas- redondas e minicursos assuntos ligados ao tema ‘Construindo uma Cultura de Paz Sem Silenciar os Conflitos. O seminário foi realizado pelo departamento de História do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Uern chefiado pela professora Jovelina Silva Santos. A coordenadora da ação professora Joseane Ribeiro expôs uma avaliação sobre o acontecimento e o que foi visualizado. “Esse projeto é parte de uma discussão mais ampla de gênero, diversidade e direitos humanos. Esse seminário amplia a discussão não ficando restrita a universidade. Debatemos questões referentes a criminalização, violência contra a juventude e resquícios de práticas ditatoriais e autoritárias que ainda permanecem na atual sociedade. Aqui não discutimos apenas a violência visível. Tem outras formas como discriminação e silenciamento. Quando ampliamos essa discussão vemos os problemas da violência e nos colocamos como autores de propostas que geram mudanças. Existe uma fome mais profunda do que a fome, que é a necessidade do olhar do outro como diria um certo autor. Então esse seminário revela que quando não nos preocupamos com as vítimas da violência e só apontamos culpados somos como agenciadores dela [violência]. O intuito é levantar esse questionamento. Muita gente defende a redução da maioridade penal como a solução dos casos que envolvem a juventude infratora. Não vejo dessa forma. Tem jovem infrator que é visto enquanto não se enxerga a juventude vítima. Na minha concepção esse conceito só aumenta o problema. Esses jovens já são encarcerados, torturados e são os que mais sofrem pelos seus atos. Eles se matam e são mortos pela polícia. A punição já existe. É preciso ver o outro lado. O que tem levado esses jovens enveredar na criminalidade? Faltam oportunidades e políticas públicas que os contemplem. Faltam investimentos na saúde, na educação, na cultura e no lazer. Como os poderes constituídos não investem e ninguém levanta essa discussão, encara-se a redução penal como uma medida resolutiva. Matando ou prendendo esses meninos não resolve o problema. Quando falo que não se interessam em discutir esses temas principais, faço referência aos políticos. Vamos debater outros temas que são importantes. Pretendemos em outubro tirar essa discussão da universidade e levar às escolas. Vamos envolver a sociedade como um todo englobando instituições como o Conselho Tutelar e a OAB. Vamos buscar essa juventude hoje marginalizada pela maioria da sociedade”, finalizou Joseane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário