Aconteceu na noite desta
sexta- feira, 23 de agosto o encerramento do seminário; Desafios no Enfrentamento
da Violência. O evento teve seu ponto inicial na última quarta- feira, dia 21. Durante
três dias, professores, estudantes e profissionais do direito discutiram em
oficinas, mesas- redondas e minicursos assuntos ligados ao tema ‘Construindo
uma Cultura de Paz Sem Silenciar os Conflitos. O seminário foi realizado pelo
departamento de História do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Uern chefiado pela professora
Jovelina Silva Santos. A coordenadora da ação professora Joseane Ribeiro expôs
uma avaliação sobre o acontecimento e o que foi visualizado. “Esse projeto é parte de uma discussão mais
ampla de gênero, diversidade e direitos humanos. Esse seminário amplia a
discussão não ficando restrita a universidade. Debatemos questões referentes a criminalização,
violência contra a juventude e resquícios de práticas ditatoriais e
autoritárias que ainda permanecem na atual sociedade. Aqui não discutimos
apenas a violência visível. Tem outras formas como discriminação e silenciamento.
Quando ampliamos essa discussão vemos os problemas da violência e nos colocamos
como autores de propostas que geram mudanças. Existe uma fome mais profunda do
que a fome, que é a necessidade do olhar do outro como diria um certo autor.
Então esse seminário revela que quando não nos preocupamos com as vítimas da
violência e só apontamos culpados somos como agenciadores dela [violência]. O
intuito é levantar esse questionamento. Muita gente defende a redução da
maioridade penal como a solução dos casos que envolvem a juventude infratora.
Não vejo dessa forma. Tem jovem infrator que é visto enquanto não se enxerga a
juventude vítima. Na minha concepção esse conceito só aumenta o problema. Esses
jovens já são encarcerados, torturados e são os que mais sofrem pelos seus
atos. Eles se matam e são mortos pela polícia. A punição já existe. É preciso
ver o outro lado. O que tem levado esses jovens enveredar na criminalidade?
Faltam oportunidades e políticas públicas que os contemplem. Faltam
investimentos na saúde, na educação, na cultura e no lazer. Como os poderes constituídos
não investem e ninguém levanta essa discussão, encara-se a redução penal como
uma medida resolutiva. Matando ou prendendo esses meninos não resolve o
problema. Quando falo que não se interessam em discutir esses temas principais,
faço referência aos políticos. Vamos debater outros temas que são importantes.
Pretendemos em outubro tirar essa discussão da universidade e levar às escolas.
Vamos envolver a sociedade como um todo englobando instituições como o Conselho
Tutelar e a OAB. Vamos buscar essa juventude hoje marginalizada pela maioria da
sociedade”, finalizou Joseane.
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