O Governo Federal,
através da ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior,
anunciou que o Projeto de Lei Orçamentária prevê que o salário mínimo a partir
de 1º de janeiro de 2014 será de R$ 722,90, o que representa um reajuste de
6,62% com relação ao vencimento atual. Nas contas públicas, com o pagamento de
benefícios, o impacto será de R$ 29,2 bilhões em 2014. Na análise do economista
Carlos Escóssia, professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(Uern), o valor é muito baixo para garantir as necessidades básicas de uma
família. "Considerando que 50% do salário é destinado à alimentação, a
família fica com menos de R$ 350 para todas as outras despesas como habitação,
transporte e lazer", afirma. O economista destaca o valor do salário
mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) para suprir todas as necessidades de uma família com
quatro pessoas. O valor divulgado pelo órgão em julho deste ano era de R$
2.750,83, calculado de acordo com o preço da cesta básica em 18 capitais. A
legislação estabelece que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as despesas
de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação,
vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. "O valor deveria ser
muito mais alto do que na verdade é, porque não há como suprir todas essas
necessidades com o valor do salário mínimo", afirma. O valor do salário
mínimo é calculado com base no percentual de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) do ano retrasado mais a reposição da inflação do ano anterior pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "O salário mínimo é muito
baixo para quem recebe e muito alto para quem paga, porque a própria legislação
dobra esse valor para os patrões", complementa o economista.
JORNAL O MOSSOROENSE.
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